
A vida de uma pessoa com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) pode ser muito desafiadora. O dia a dia é marcado por chaves perdidas, compromissos esquecidos e a sensação de estar sempre correndo contra o tempo. A inquietação mental e os esquecimentos frequentes podem gerar atritos e desgastes emocionais nos relacionamentos. A vida acadêmica e profissional podem ser abaladas pela dificuldade em manter o foco nas tarefas e cumprir prazos. E a autoestima também pode ser abalada, levando a sentimentos de incapacidade e inadequação.
Por impactar relacionamentos, capacidade de aprendizagem, produtividade e estabilidade financeira, o TDAH tem o potencial de causar prejuízos importantes na vida de uma pessoa. Por isso, é urgente a busca de um tratamento eficaz que possibilite a regulação das funções neurológicas e a superação dos sintomas, de modo que as pessoas possam ter uma vida normal.
O que é o TDAH e quais são as suas causas
O TDAH é um distúrbio neurobiológico que começa a se manifestar ainda na infância. Ele é caracterizado pela combinação de três principais sintomas: a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade.
O TDAH é um transtorno de causa multifatorial, que envolve uma predisposição genética associada a influências ambientais. Se um dos pais tem TDAH, a chance de o filho ter o transtorno dobra. Se ambos os pais têm TDAH, a chance de o filho ter o transtorno aumenta em oito vezes. Isso indica que o TDAH possui, de fato, um componente genético. Além disso, experiências relacionadas à gestação (estresse materno e uso de substâncias tóxicas, como álcool, tabaco e outras), ao parto (prematuridade e baixo peso ao nascer) e experiências estressantes vividas na infância (negligência afetiva, violência e abusos) também estão associadas ao desenvolvimento do TDAH.
Como o TDAH se manifesta no cérebro
O TDAH está relacionado a disfunções nos sistemas de neurotransmissores, como a dopamina, a noradrenalina e a serotonina. A disponibilidade inadequada desses neurotransmissores afeta a regulação da atenção e a motivação para realizar tarefas.
O córtex pré-frontal - parte do cérebro responsável pelo planejamento, organização e inibição de impulsos - também é afetado no TDAH. Disfunções nessa área dificultam o foco, o controle de impulsos e a tomada de decisões.
A amígdala - estrutura cerebral envolvida na regulação emocional e na resposta ao estresse - pode estar hiperativa em pessoas com TDAH. Isso pode significar que a pessoa com TDAH seja mais sensível ao estresse e tenha uma tendência maior a apresentar quadro de ansiedade.
O estresse e a ansiedade agravam os sintomas do TDAH
O estresse e a ansiedade estão intimamente ligados ao TDAH, pois causam alterações no cérebro que prejudicam as funções cognitivas, entre elas a capacidade de foco, de organização e de conter impulsos.
A ansiedade e o estresse crônico causam a liberação do hormônio cortisol que, em excesso, pode prejudicar o funcionamento do hipocampo, uma região cerebral crucial para a memória e o aprendizado.
Além disso, o estresse crônico pode afetar a disponibilidade de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, impactando a atenção e o humor. Lembrando que a disfunção desses neurotransmissores também está presente nas pessoas com TDAH.
O estresse prolongado e a ansiedade também inibem as atividades no córtex pré-frontal, região do cérebro responsável por funções como planejamento, tomada de decisão e controle de impulsos. Isso pode levar a dificuldades em manter o foco, organizar tarefas e resistir a impulsos prejudiciais.
A amígdala, envolvida na regulação emocional, é ativada durante o estresse e a ansiedade.
Isso pode levar a uma hipervigilância e dificultar a concentração em outras tarefas.
Em suma, as disfunções no cérebro causadas pela ansiedade e o estresse crônico são basicamente as mesmas encontradas no cérebro das pessoas com TDAH.
Qual é a base de um tratamento eficaz para o TDAH
Considerando que o estresse crônico e a ansiedade agravam os sintomas do TDAH, o tratamento para o TDAH deve ter como alicerce a busca pelo equilíbrio emocional. O equilíbrio das emoções é fundamental para que o cérebro possa estar em condições ideais para um melhor funcionamento cognitivo. Portanto, eliminar o estresse e a ansiedade deve ser o primeiro passo no tratamento do TDAH.
A hipnoterapia é uma das modalidades terapêuticas que mais tem ganhado notoriedade no tratamento da ansiedade e outras dificuldades emocionais causadoras de estresse crônico. A hipnose, conduzida por terapeutas qualificados, é capaz de rapidamente identificar e tratar as causas das perturbações emocionais, trazendo resultados surpreendentes em poucas sessões.
Outra questão importante é que muitos sintomas do TDAH - dificuldade de foco, de organização e de conter impulsos - são habilidades que podem ser aprendidas pelo cérebro e desenvolvidas por meio de treinamentos específicos no contexto da terapia comportamental.
Portanto, um tratamento eficaz para o TDAH precisa combinar terapia para a redução do estresse e eliminação da ansiedade com estratégias comportamentais, para o desenvolvimento de habilidades.
Sobre a Autora:
Dra. Marina Zuanazzi é hipnoterapeuta, biomédica, mestre e doutora na área de Saúde Socioemocional, formada pela Unesp, com doutorado sanduíche na Universidade de Illinois em Chicago-EUA. Ela possui experiência em saúde e educação socioemocional e escreve regularmente sobre os benefícios da hipnoterapia para a saúde mental.
Quer conhecer o meu programa exclusivo para tratamento do TDAH?
Clique no botão abaixo e fale comigo.
Comments