Você já experimentou a sensação avassaladora de que algo terrível está prestes a acontecer, mesmo quando tudo ao seu redor parece calmo? Já sentiu um medo tão intenso e sufocante que parecia não ter fim? Sem aviso prévio, ondas de medo intenso e desconforto tomam conta de você, desencadeando uma luta desesperada por ar. Seu coração bate descompassado, como um tambor desenfreado. Suas mãos tremem e um suor frio escorre pela testa. Você sente medo de morrer ou perder o controle. Esta é apenas uma pequena descrição de como é vivenciar uma crise de pânico.
Mas será que existe uma maneira de escapar das garras da ansiedade paralisante que vem com a síndrome do pânico? A resposta é sim!
Neste artigo, você vai entender o que é a síndrome do pânico, quais são os sintomas, as causas e o tratamento mais eficaz para eliminar o problema.
O que é a síndrome do pânico
A síndrome do pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por ataques de pânico recorrentes e inesperados. A síndrome do pânico pode causar um impacto significativo na vida da pessoa, levando a evitação de lugares ou situações associadas aos ataques de pânico.
Sintomas da síndrome do pânico
A síndrome do pânico apresenta uma variedade de sintomas físicos, cognitivos e emocionais. Os sintomas podem ocorrer de forma repentina e intensa, sem aviso prévio, e geralmente atingem o pico em poucos minutos. Aqui estão alguns dos sintomas mais comuns associados à síndrome do pânico:
Ataques de pânico
São episódios de medo intenso e repentino, acompanhados por uma série de sintomas físicos e cognitivos. Esses ataques podem durar alguns minutos e podem ocorrer de forma inesperada.
Sintomas físicos
Incluem palpitações cardíacas, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares, sudorese excessiva, tremores, sensação de falta de ar, dor ou desconforto no peito, sensação de asfixia, tontura ou vertigem, náuseas ou desconforto abdominal, ondas de calor ou calafrios.
Sintomas cognitivos
Podem incluir medo intenso de perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer, sensação de irrealidade ou de estar fora do corpo, pensamentos acelerados ou confusos, dificuldade em se concentrar ou pensar racionalmente.
Ansiedade antecipatória
Pessoas com síndrome do pânico podem viver com um medo constante de ter outro ataque de pânico, o que leva a uma preocupação excessiva e antecipatória. Isso pode levar à evitação de lugares ou situações onde ataques de pânico ocorreram anteriormente.
Mudanças comportamentais
Devido ao medo de ter um ataque de pânico, as pessoas com síndrome do pânico podem começar a evitar certos lugares, como shoppings lotados, elevadores, transporte público, entre outros. Essa evitação pode levar a restrições significativas na vida diária.
Alterações emocionais
Além do medo intenso durante os ataques de pânico, as pessoas com síndrome do pânico podem experimentar uma sensação constante de ansiedade, nervosismo ou preocupação. Também é comum sentir-se deprimido, irritado ou frustrado devido ao impacto que a síndrome do pânico tem na vida cotidiana.
Causas da síndrome do pânico
Acredita-se que uma combinação de diferentes fatores - que interagem entre si - desempenha um papel importante no desenvolvimento da síndrome do pânico. Alguns dos principais aspectos incluem:
Estresse crônico
Altos níveis de estresse prolongado podem sobrecarregar o sistema nervoso e desencadear respostas de ansiedade desproporcionais.
Traumas passados
Experiências traumáticas, como abuso físico, emocional ou sexual, podem contribuir para o surgimento da síndrome do pânico em algumas pessoas.
Sensibilidade emocional
Pessoas com uma maior sensibilidade emocional podem ser mais propensas a desenvolver ataques de pânico, pois podem reagir de forma mais intensa a situações estressantes.
História familiar
A presença de casos de síndrome do pânico na família pode indicar uma predisposição genética ou uma influência ambiental compartilhada.
A hipnoterapia no tratamento da síndrome do pânico
A hipnoterapia é uma abordagem extremamente eficaz no tratamento da síndrome do pânico. Ela atua na extinção do medo através de um processo que tem sido estudado na neurociência chamado reconsolidação de memórias. Este processo consiste em alterar memórias antigas que estão causando o problema, através de um reprocessamento, trazendo novos significados para as experiências vividas, liberando o medo que estava armazenado nessas memórias.
Veja, a seguir, como a hipnoterapia auxilia no tratamento da síndrome do pânico:
Identificação da causa: Por meio da hipnose, é possível acessar o subconsciente, onde estão armazenadas todas as memórias emocionais, assim como padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos. Através desse acesso, a hipnoterapia pode ajudar a identificar os eventos traumáticos causadores da síndrome do pânico.
Processamento e liberação de traumas passados: Além de acessar memórias traumáticas ou eventos passados que estão contribuindo para a síndrome do pânico, a hipnoterapia consegue tratar a raiz do problema, liberando o medo armazenado nas memórias, ressignificando padrões negativos, substituindo pensamentos e respostas automáticas de medo por padrões mais saudáveis e adaptativos. Com a orientação do terapeuta, o indivíduo pode processar esses traumas de forma segura e gradual, ajudando a reduzir a intensidade das respostas emocionais associadas.
Reforço da autoestima e confiança: A hipnoterapia pode ajudar a fortalecer a autoestima e a confiança dos pacientes, proporcionando uma sensação de empoderamento e controle sobre sua própria saúde mental. Isso é importante na superação do medo e da ansiedade associados à síndrome do pânico.
É importante ressaltar que a hipnoterapia deve ser realizada por um profissional qualificado, que tenha experiência no tratamento da síndrome do pânico. Cada pessoa é única, e o terapeuta irá adaptar as técnicas de hipnoterapia de acordo com as necessidades individuais do cliente.
Sobre a Autora:
Dra. Marina Zuanazzi é hipnoterapeuta, biomédica, mestre e doutora na área de Saúde Socioemocional, formada pela Unesp, com doutorado sanduíche na Universidade de Illinois em Chicago-EUA. Ela possui experiência em saúde e educação socioemocional e escreve regularmente sobre os benefícios da hipnoterapia para a saúde mental.
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